Há momentos que a minha dislexia sobressai ao meu
querer; o meu TDAH chega ao ápice quando mais desejo me desligar; o meu existir
marca o meu destino ao encontro do Amar infindável; o meu cegar, se é que ele
me povoa, não impede a minha mobilidade existencial; a minha Alma composta por
energia não linear me eterniza; o meu sonhar-sonhado embala os meus sentidos
verossímeis; o meu olhar estrábico busca no horizonte a verdadeira razão do
existir; não me iludo quando o verso não versa a estrutura poética, silábica,
concretista e as rimas melodicamente únicas; agora se sou eu que você imagina,
garanto que nunca serei o que jamais deixarei de ser; mas ao rodar sobre o meu
eixo observo que há movimentos circulares que me deixam parado no ar como se
fosse um Drone; a essência é o meu substrato primário que potencializa o meu
fluxo cardíaco e o criativo; a substância incendiária é a minha fonte atemporal
que sustenta a minha base física; quero dizer que sou suscetível a evolução das
leis da vida terrestre e também não terrestre.
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segunda-feira, 1 de maio de 2017
sábado, 22 de abril de 2017
Eu e o radinho
13.940 dias
Desde muito cedo,
lá pelos 3 ou 4 anos, aprendi ouvir rádio lá no sítio dos tios Juca e Anita,
córgo fundo, José Bonifácio. De lá pra cá nunca abandonei e o rádio, não apenas
o aparelho, sempre me cativou. Na faculdade, faz tempo, o meu TCC foi um
programa musical radiofônico. Fui repórter de televisão, Rondônia, idos dos
anos 80, século passado, mas preferia os bastidores da notícia. Pelas
circunstâncias da vida virei repórter de jornal impresso. Hoje ao revirar os
meus arquivos analógico e digital para enviar uma foto do meu radinho de pilha
aos amigos do colégio dom bosco, encontrei uma foto dos tempos da faculdade.
Nela tô todo todo. São os desafios e as curvas que enobrecem a vitória do ser
humano. De final dos anos 50 até a primeira quinzena do século 21 muito retrato
em preto e branco passou diante dos meus olhos míopes.
beijos do
matuto-tupiniquim
fotos do arquivo de
vieirajr
Vieiraneto
13.943 dias
O meu amigo Leão
Matheus, santista dos bons, postou uma foto do meu tempo de faculdade. A imagem
nos leva ao tempo e nos faz sentir ainda mais jovem. E nesse transporte virtual
me lembrei de um pequeno texto que fiz para vieiraneto:
meu jeito de ser
pai
meu jeito de cuidar
meu jeito de vê-lo
meu jeito de amá-lo
é ímpar. é sólido.
é único.
beijos do
matuto-tupiniquim
foto de vieirajr
em tempo: não é
saudosismo, apenas lembranças.
sexta-feira, 7 de abril de 2017
O que escrever
O que escrever? É a pergunta que faço todos os dias ao
acordar e me levantar. A minha tortura escrita começa na madrugada quando
vasculho a minha memória na tentativa de encontrar o sono perdido em algum
lugar do passado. O meu sono-sonhado é fragmentado que mistura lembranças,
passagens, avisos, mensagens e também pesadelos.
O que escrever? Puxo na minha história se há a
obrigação para escrever todos os dias. Penso comigo se o ser humano nasce com a
missão de deixar registro nos papeis da sua trajetória na vida terrestre.
Acredito que o nosso DNA tem marcado nas suas entranhas o nosso perfil
linguístico e/ou escriba. Mas, e daí! Exclamo eu indignado e reflexivo porque a
minha inspiração nem sempre está em alta ou talvez eu não tenha tido a felicidade
de participar de uma das mais importantes revoluções que aconteceu há mais de
70 mil anos: a Revolução CognitivaO que escrever? Olho pro lado, já sentado à mesa para
o café da manhã, após alimentar os bichos que me cercam ávidos de fome, e me
vejo ao avesso e sem qualquer palpite para transportar para o papel, ou melhor,
para o monitor do meu computador. Pausadamente coloco o açúcar mascavo na
xícara, três ou quatro colheres pequenas, em seguida despejo o café bem forte, uma
dosagem de leite e misturo ligeiramente os três ingredientes que farão parte da
minha dieta, além das torradas integrais banhadas com manteiga sem sal ou
qualquer tipo de queijo.
O que escrever? Antes de partir para a escola ainda
vasculho o meu cérebro em busca de motivos que me levam a escrever todos os
dias uma, duas ou dezenas de linhas só para marcar o ponto. Mas num relâmpago,
aquele que nasce e morre em segundos, mas que deixa estragos ou vislumbres, me
volto aos tempos da graduação e pós. Ah! Agora entendi o porquê que me cobro
todos os dias. A vida acadêmica é bela, conquistamos conhecimentos, desvendamos
o óbvio e sacamos que somos ignorantes. Aqui me remeto aos pensadores
pré-socráticos, que, segundo eles, devemos assumir de forma límpida a nossa
ignorância, porque só assim teremos condições de buscar respostas para as
nossas dúvidas.O que escrever? Os títulos conquistados – com muita
luta, rigor, dedicação e amor ao texto – ao mesmo tempo que nos enobrece nos
deixa de quatro. A sensação é que assinamos uma carta compromisso que devemos
escrever sempre, independente da nossa inspiração ou do conteúdo teórico que adquirimos
com leitura e com a experiência de vida {empírico, que é partida em direção à
ciência}. Os anos se passaram e percebo que estou preso a um tempo que me fez
muito feliz porque a escrita nascia do nada, como dizia o cronista Rubem Braga.
Hoje me torturo, não assimilo o bullying psicológico que me segue e não consigo
me desvincular do sentimento de culpa que bate à porta. Como me sinto moribundo
toda vez que me pego pensando no que escrever.Escrever por escrever não me sinto livre, se é que
somos livres, ou espontâneo para expressar o meu vocabulário de palavras num
contexto histórico e político.
O que escrever.
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