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sábado, 22 de abril de 2017

Eu e o radinho



13.940 dias
Desde muito cedo, lá pelos 3 ou 4 anos, aprendi ouvir rádio lá no sítio dos tios Juca e Anita, córgo fundo, José Bonifácio. De lá pra cá nunca abandonei e o rádio, não apenas o aparelho, sempre me cativou. Na faculdade, faz tempo, o meu TCC foi um programa musical radiofônico. Fui repórter de televisão, Rondônia, idos dos anos 80, século passado, mas preferia os bastidores da notícia. Pelas circunstâncias da vida virei repórter de jornal impresso. Hoje ao revirar os meus arquivos analógico e digital para enviar uma foto do meu radinho de pilha aos amigos do colégio dom bosco, encontrei uma foto dos tempos da faculdade. Nela tô todo todo. São os desafios e as curvas que enobrecem a vitória do ser humano. De final dos anos 50 até a primeira quinzena do século 21 muito retrato em preto e branco passou diante dos meus olhos míopes.
beijos do matuto-tupiniquim

fotos do arquivo de vieirajr


Vieiraneto

13.943 dias
O meu amigo Leão Matheus, santista dos bons, postou uma foto do meu tempo de faculdade. A imagem nos leva ao tempo e nos faz sentir ainda mais jovem. E nesse transporte virtual me lembrei de um pequeno texto que fiz para vieiraneto:
meu jeito de ser pai
meu jeito de cuidar
meu jeito de vê-lo
meu jeito de amá-lo

é ímpar. é sólido. é único.
beijos do matuto-tupiniquim
foto de vieirajr
em tempo: não é saudosismo, apenas lembranças.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

O que escrever

O que escrever? É a pergunta que faço todos os dias ao acordar e me levantar. A minha tortura escrita começa na madrugada quando vasculho a minha memória na tentativa de encontrar o sono perdido em algum lugar do passado. O meu sono-sonhado é fragmentado que mistura lembranças, passagens, avisos, mensagens e também pesadelos.
O que escrever? Puxo na minha história se há a obrigação para escrever todos os dias. Penso comigo se o ser humano nasce com a missão de deixar registro nos papeis da sua trajetória na vida terrestre. Acredito que o nosso DNA tem marcado nas suas entranhas o nosso perfil linguístico e/ou escriba. Mas, e daí! Exclamo eu indignado e reflexivo porque a minha inspiração nem sempre está em alta ou talvez eu não tenha tido a felicidade de participar de uma das mais importantes revoluções que aconteceu há mais de 70 mil anos: a Revolução CognitivaO que escrever? Olho pro lado, já sentado à mesa para o café da manhã, após alimentar os bichos que me cercam ávidos de fome, e me vejo ao avesso e sem qualquer palpite para transportar para o papel, ou melhor, para o monitor do meu computador. Pausadamente coloco o açúcar mascavo na xícara, três ou quatro colheres pequenas, em seguida despejo o café bem forte, uma dosagem de leite e misturo ligeiramente os três ingredientes que farão parte da minha dieta, além das torradas integrais banhadas com manteiga sem sal ou qualquer tipo de queijo.
O que escrever? Antes de partir para a escola ainda vasculho o meu cérebro em busca de motivos que me levam a escrever todos os dias uma, duas ou dezenas de linhas só para marcar o ponto. Mas num relâmpago, aquele que nasce e morre em segundos, mas que deixa estragos ou vislumbres, me volto aos tempos da graduação e pós. Ah! Agora entendi o porquê que me cobro todos os dias. A vida acadêmica é bela, conquistamos conhecimentos, desvendamos o óbvio e sacamos que somos ignorantes. Aqui me remeto aos pensadores pré-socráticos, que, segundo eles, devemos assumir de forma límpida a nossa ignorância, porque só assim teremos condições de buscar respostas para as nossas dúvidas.O que escrever? Os títulos conquistados –­ com muita luta, rigor, dedicação e amor ao texto – ao mesmo tempo que nos enobrece nos deixa de quatro. A sensação é que assinamos uma carta compromisso que devemos escrever sempre, independente da nossa inspiração ou do conteúdo teórico que adquirimos com leitura e com a experiência de vida {empírico, que é partida em direção à ciência}. Os anos se passaram e percebo que estou preso a um tempo que me fez muito feliz porque a escrita nascia do nada, como dizia o cronista Rubem Braga. Hoje me torturo, não assimilo o bullying psicológico que me segue e não consigo me desvincular do sentimento de culpa que bate à porta. Como me sinto moribundo toda vez que me pego pensando no que escrever.Escrever por escrever não me sinto livre, se é que somos livres, ou espontâneo para expressar o meu vocabulário de palavras num contexto histórico e político.

O que escrever.